Por Nana Tavares
A edição de julho/agosto da revista americana Vanity Fair trouxe um fato inédito, primeira capa feita por um fotógrafo negro em 37 anos de existência da magazine. A fotografia foi registrada pelo fotógrafo Dário Calmese.
A representatividade, desta vez, veio de forma dupla. Passou pelas lentes de Calmese, a célebre atriz Viola Davis.
Na capa, também há uma citação da artista: “toda a minha vida tem sido um protesto”.
Em seu perfil no Instagram, Viola abordou a falta de representatividade e o racismo nas revistas de moda.
– Eles [Vanity Fair] tiveram um problema no passado em colocar mulheres negras nas capas. Mas são muitas revistas, muitas campanhas de beleza. Existe uma ausência real de mulheres negras, de pele escura. Quando você junta isso ao que está acontecendo em nossa cultura e como eles tratam as mulheres negras, você tem um golpe duplo. Você está nos colocando em uma capa completa de invisibilidade, – escreveu a atriz.
A capa está recheada de simbolismo. O fotógrafo fez uma referência à imagem “Costas açoitadas”, de 1863, em que Peter Gordon, negro escravizado no Mississipi, aparece com ferimentos nas costas. A fotografia se tornou uma importante bandeira para os abolicionistas na época.
Em sua conta no Instagram, o fotógrafo fez uma publicação agradecendo às mulheres negras.
— Obrigado a todas as mulheres negras que se sentiram invisíveis, apesar de estarem na linha de frente de todas as lutas. Nós vemos você. Vocês são amadas, poderosas e são bonitas. Isto é para vocês, disse o fotógrafo.
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