Da Caverna ao Sensor

Por: Marcia Costa

     Desde os tempos primitivos que o homem vem registrando o mundo a sua volta. Das pinturas rupestres nas cavernas de Lascaux até os dias atuais,  o registro dos fatos, acontecimentos, cotidiano e retratos fazem  parte da vida do ser humano.

Florence

Hercules Florence

     A pintura, com os grandes mestres como Da Vinci, Michelangelo, Monet, Cezanne, entre muitos outros,  foi o grande passo para as novas invenções. Normalmente demorava-se muito tempo, anos até,  para se finalizar um quadro, não havia registro do momento exato de acontecimentos. Fazia-se esboços e depois pintava-se, ou utilizava-se modelos vivos.  Muitos físicos e químicos, da época,  vinham  pesquisando métodos para fixação da imagem  direta em uma superfície, fotossensível,  com mais rapidez que os artistas faziam.  Vários foram  os ‘inventores’ de métodos  que levassem a esse resultado. E, uma junção de vários passos da pesquisa de cada um,  podemos dizer que chegamos a Fotografia. Termo esse usado pela primeira vez por um francês radicado  aqui no Brasil em 1833. E, que também foi o pioneiro na finalização do processo. Mas a distância do Velho Mundo, o fez perder oportunidades para demostrar sua pesquisa. E, em 19 de agosto de 1839, Louis Jacques Mandé Daguerre, anuncia na França,  sua descoberta ao mundo, com o nome de daguerreotipo. Processo fotográfico que fixava a imagem em uma chapa de cobre, depois de uma exposição de cerca de 20 minutos. E, não havia cópias.

     Mas nosso amigo Hercules Florence, o francês pesquisador aqui no Brasil, não teve sua história perdida. Em 1976 o historiador e fotógrafo Boris Kossoy, relatou e provou toda a pesquisa de Florence, e assim ele e o Brasil  passaram  a  fazer parte da história da invenção  da fotografia e, Florence foi considerado também, a ser  o primeiro a usar o termo “photographie”.

camera Kodak

Kodak 01. A primeira câmera popular da George Eastman Co.

     Porém, as pesquisas não cessaram. Outras formas foram criadas:  o tempo de exposição foi diminuído, negativo de vidro com possibilidades de fazer cópias das fotografias foi criado, tamanho menores de  câmeras…E, a criação pela George Eastman Co.  (a famosa Kodak), de uma câmera menor e mais barata,  com um negativo flexível, que fazia  100 fotografias foi levada ao grande público. A grande jogada era comprar a câmera com filme, fazer as fotos, devolvê-la a loja para revelação das imagens e receber as fotos e a câmera com um novo rolo de filme. Aí, a fotografia ganhou seu espaço de vez.

mavica

Primeira câmera digital no mercado de consumo, Mavica da Sony, 1981.

     Durante muito tempo foi assim: ter uma câmera, comprar filmes, fazer as fotos, levar para revelação e esperar o resultado. Muitas vezes não satisfatório. E, além de tudo,  um processo demorado e com certo custo que impedia, muitas vezes, de alguns fazerem a quantidade de fotos que desejavam. Então um processo que já vinha sendo desenvolvido para troca de informações sigilosas durante a Guerra Fria, começa a ser melhorado e utilizado, para captação de imagens fora da área de pesquisas e da guerra,  a  fotografia digital chegou com novas tecnologias   e  mudança de processos. Sem filme,  mas com sensor fotossensível.  Sem revelação,  mas salvando imagens em um pequeno cartão de memória, trouxe de volta a popularidade que a fotografia merece.   Agora podemos fazer uma foto aqui e ela poderá ser vista e compartilhada  em outra parte do mundo em segundos.

     Parabéns fotografia pelos seus 175 anos fazendo história!