Walter Firmo
Por: Claudia D’Elia
Aclamado como um dos mais importantes fotógrafos coloristas do Brasil, Walter Firmo é também excepcional na fotografia em preto e branco. É um fotógrafo conhecido por registrar o folclore, a cultura e os personagens típicos do País. É também jornalista e professor de fotografia.
Nascido no Rio de Janeiro, em 1937, Firmo se interessou pela fotografia desde
a infância. É um dos fotógrafos mais premiados do Brasil. Ganhou sete vezes o Concurso Internacional de Fotografia da Nikon, além de inúmeros prêmios.
Estou tendo o prazer de fazer um curso com o mestre, tendo o privilégio de
aprender com ele, além de desfrutar de sua muito agradável e animada companhia.
Com o tempo, os alunos vão descobrindo o quanto Walter Firmo é meigo e
simpático, além de deliciarem-se com as histórias de suas famosas fotografias.
Assim surgiu a oportunidade para fazer com ele essa pequena entrevista.
Claudia D’Elia – Como a fotografia surgiu na sua vida?
Walter Firmo – Provavelmente ainda aos nove anos de idade, quando em certa
madrugada meu pai me acordou às quatro da manhã, chegando de uma noitada,
e disse: “Você sabia que uma fotografia vale mais do que mil palavras?” Só sei
dizer que anos mais tarde, quando fazia o ginásio no Colégio Atheneu Brasileiro, no
bairro do Rocha, subúrbio da Central do Brasil, ao fazer uma pesquisa na biblioteca
da escola, puxei um livro qualquer e qual foi o proposto que me apareceu em
mãos? Um livro sobre fotografia.
CD – Você fez cursos de fotografia ou aprendeu sozinho?
WF – Fiz um único curso, o da ABAF (Associação Brasileira de Arte Fotográfica).
Este pomposo nome me trouxe a percepção da composição, do acolhimento da
luz e os valores da sombra. No mais, aprendi sozinho mesmo ou vendo revistas
estrangeiras, todas as quartas-feiras, quando vinha de bonde do Méier à Cinelândia
e de lá a pé até a livraria do Aeroporto Santos Dumont, onde o dono da referida
deixava por horas eu desfolhar as últimas novidades recém-chegadas dos EUA e da
Europa. Então era Vogue, Stern, Life e outras favorecidas que não me lembro seu
nome agora.
CD – Quais fotógrafos foram referência na sua carreira?
WF – Alguns vários, como Robert Frank, Henri Cartier-Bresson, Robert Doisneau,
Nadar, Brassai, José Medeiros, David Drew Zingg, Jacques Lartigue.
CD – Quais fotógrafos atuais você admira?
WF – Estes a que me referi são meus clássicos, mas tem um em preto e branco,
brasileiro, que é o José Medeiros, e um em cores, o David Drew Zingg, americano.
Eles são os meus pais adotivos na fotografia.
CD – De qual trabalho você mais se orgulha?
WF – Tem o do Pixinguinha, que a galera adora, mas aquele que eu gosto mais
provavelmente será o que eu farei amanhã.
CD – Qual foto você gostaria de ter feito e qual você ainda quer fazer?
WF – Gostaria de ter fotografado os enterros negros dos meus pais do Jazz. Quanto
às que gostaria de fazer, são tantas que não tenho mais tempo de vida para isso,
precisaria viver uns duzentos anos!
CD – Qual conselho você pode dar para quem quer ingressar no mundo da
fotografia?
WF – Que seja fiel aos seus ideais, não trapaceie e respeite a humildade das
pessoas.
A famosa fotografia de Pixinguinha, feita por Walter Firmo |
Claudia D’Elia começou na fotografia por curiosidade e agora dedica-se por amor,
fotografando sempre com muito carinho e esmero. Aplica-se incansavelmente à arte de
fotografar, aprendendo mais a cada dia, lendo muito e fotografando cada vez mais. Você
pode acompanhar seu trabalho em sua página no Facebook https://www.facebook.com/
claudiadeliafotografia
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